Governo do Amazonas recebe demandas de lideranças indígenas

O encontro contou com a participação de representantes da Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania, Cultura, Saúde, Educação e Infraestrutura 

O encontro aconteceu nesta sexta-feira, na sede do Governo. Foto: Diego Perez/Secom

O governador do Amazonas em exercício, Carlos Almeida, recebeu, na Sede do Governo, o documento de lideranças que representam centenas de índios participantes da 3ª Marcha dos Povos Indígenas, em reunião na manhã desta sexta-feira (5 /4). O encontro contou com a participação de representantes da Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc), Cultura (SEC), Saúde (Susam), Educação (Seduc) e Infraestrutura (Seinfra).

Entre as reivindicações está a criação de um fundo para investimentos em projetos que melhorem a qualidade de vida dos povos indígenas, investimentos na Educação e fortalecimento da Fundação Estadual do Índio (FEI).

Carlos Almeida ouviu as demandas das lideranças, recebeu o documento com os pleitos e deu encaminhamentos para o secretariado.

“Particularmente conheço as problemáticas enfrentadas pelos povos indígenas em nosso Estado e o governador Wilson Lima tem priorizado as demandas sociais, em especial as que ferem direitos”, afirmou o governador em exercício.

O Amazonas concentra a maior população indígena do País, com pelo menos 200 mil índios, como destacaram as lideranças. E, de todo território amazonense, aproximadamente um terço é indígena.

“Vivemos momentos sombrios, estamos pressionados, temendo perdas no âmbito federal. Do Governo do Amazonas, gostaríamos de apoio, para que de alguma forma possamos avançar”, destaca Gersem Baniwa.

Na educação, uma das principais demandas é para a construção de escolas. Das 1.300 no Estado, aproximadamente metade não tem estrutura física, ocupando casas ou espaços ao ar livre. Propostas de um concurso público específico para educação indígena, assim como de conteúdo curricular e material didático adequados aos índios, também foram levantadas pelas lideranças no encontro na Sede do Governo.

A titular da Sejusc, Caroline Braz, adianta que, a partir dessa reunião e em parceria com outras secretarias, serão trabalhadas as reivindicações dos indígenas conforme as prioridades pontuadas por eles.

“A reunião de hoje é histórica, com o governo recebendo os movimentos. Isso mostra atenção e respeito com o povo indígena”, afirma a secretária. “Algumas demandas já estão em andamento, as outras serão implementadas em um trabalho integrado com várias secretarias”.

 

Maior apoio

 

Junto com o fortalecimento da FEI, as lideranças pleiteiam uma espécie de reorganização da gestão das políticas públicas voltadas aos povos indígenas. Segundo Baniwa, a maior parte dos recursos está em outras secretarias estaduais, e não na FEI. Além disso, os povos indígenas demandam ainda maior espaço nas discussões das políticas públicas.

Nesse sentido, Gersem Baniwa defende a criação de um conselho estadual ou de um parlamento indígena.

Carlos Almeida destaca que o debate sobre um fórum para dar maior voz aos índios não é de hoje, e considera que mecanismo dessa natureza é extremamente apropriado. “As demandas são justas e factíveis. Vamos trabalhar para tanto”, afirma.