Operação Acolhida inicia os trabalhos no Amazonas

Comitiva formada por 10 militares está em Manaus para atuar na reordenação de venezuelanos no entorno da rodoviária

Manuella Barros

 

Um grupo de militares que integra a Operação Acolhida em Roraima está no Amazonas para atuar na reordenação de refugiados venezuelanos no entorno da rodoviária de Manaus. Esta será a primeira medida após a visita da comitiva do Governo do Amazonas, representada por membros das secretarias de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc) e Assistência Social (Seas) e da Casa Militar, para conhecer as instalações de acolhimento aos migrantes na ação do Governo Federal, por meio do Ministério da Defesa, sob o comando do coordenador operacional da Força-Tarefa Logística Humanitária de Roraima, general Eduardo Pazuello.

 

Segundo a titular da Sejusc, Caroline Braz, trata-se de um trabalho integrado entre Forças Armadas, estado, município, e agências internacionais como Organização Internacional para as Migrações (OIM), Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Ela explica que, neste primeiro momento, a proposta é organizar a área da rodoviária, criar um posto de triagem e informação, banheiros e lavanderia, para que este público seja atendido.

 

“Uma comitiva, com dez militares, vai iniciar os trabalhos em Manaus, com a prospecção de imóveis, além de organizar para a Operação Acolhida atuar no estado”, afirma a titular da pasta de Justiça. “O foco não será mais o abrigamento, e sim albergues para passar a noite e com maleiro para deixar os pertences enquanto a pessoa busca emprego durante o dia. Neste sentido, as agências vão ter papel fundamental no processo de interiorização, uma vez que o Amazonas não vai mais receber interiorizados de Roraima e, sim, encaminhar para o resto do país”.

 

Visita – Conforme Caroline Braz, em Boa Vista, a comitiva visitou o abrigo Rondon 3, o maior da América Latina para refugiados. A capital de Roraima, segundo ela, conta com 11 abrigos para os refugiados, tanto indígenas quanto venezuelanos comuns, enquanto em Pacaraima há um abrigo indígena e um alojamento para os migrantes que chegam e recebem o atendimento inicial.

 

“Conhecemos toda a estrutura e a avaliação da visita é positiva, pois verificamos que a Operação Acolhida conseguiu realmente organizar o entorno da rodoviária, e as pessoas são atendidas com dignidade, resolvendo as necessidades básicas como alimentação, local para tomar banho e dormir”, comenta a secretária. “Para o Amazonas, vai ser muito importante, porque vamos fazer todo o reordenamento da rodoviária”.

 

 

 

Acordo – No último dia 20 de maio, a comitiva do general Eduardo Pazuello esteve em Manaus, em reunião com o governador Wilson Lima, para apresentar o Programa de Interiorização de Venezuelanos, que completou um ano em abril, e levou mais de 5 mil venezuelanos para 67 cidades brasileiras.

 

Manaus foi um dos locais que recebeu migrantes por meio do programa de interiorização do Governo Federal. Foram estabelecidas quatro modalidades de interiorização: encaminhamento para abrigos na cidade de destino, viagem já com vaga de trabalho definida, reunião familiar e sociedade civil.

 

Operação Acolhida – A Operação Acolhida é liderada pelo Ministério da Defesa, com a colaboração de órgãos estaduais e municipais, que entram com o apoio às ações do Ministério, com fornecimento de refeições, prestação de serviços de saúde, expedição de documentos e encaminhamento para os abrigos aos refugiados que queiram se fixar no Brasil.

 

Atualmente, são 80 pessoas, entre representantes do Governo Federal, estado e município, envolvidos nas ações da operação, que  foi lançada em Roraima em 2018.