Projeto de ressocialização de internos do Sistema Socioeducativo do Amazonas concorre a Prêmio Innovare

“Teens ao Máximo” concorre na categoria Justiça e Cidadania com projetos de todo o País

 

Karla Mendes

 

Respeitar, acolher, facilitar a inclusão social e realizar o acompanhamento para a construção de uma nova vida. Essa é a proposta do projeto “Teens ao Máximo”, do Governo do Amazonas, através da Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc), que oferece acompanhamento educacional, médico, psicológico e profissionalizante aos internos do Centro Socioeducativo Dagmar Feitosa. Neste ano, o projeto está concorrendo a mais importante premiação da Justiça brasileira, o Prêmio Innovare.

Disputando com outras 170 iniciativas na categoria de “Justiça e Cidadania”, o projeto destaca a educação como base dos serviços oferecidos na unidade, com uma rotina que conta com aulas regulares, oficinas de fabricação de pães, hortas, acompanhamento médico e psicológico, assistência social e cursos profissionalizantes.

Segundo a secretária da Sejusc, Caroline Braz, a medida gerou resultados positivos para os internos do sistema, que contam ainda com oportunidades de inclusão no mercado de trabalho.

“O Governo do Amazonas está investido na ressocialização desses jovens e o resultado tem sido a redução na taxa de reincidência”, destaca. “Neste ano também fizemos parcerias que geraram oportunidades profissionais aos internos. Em janeiro, o Governo e o Instituto de Desenvolvimento para a Informática da Amazônia ofereceram vagas de emprego para os alunos com melhor desempenho acadêmico”.

 

Medidas – Uma recente pesquisa realizada pela Vara de Execução de Medidas Socioeducativas do Amazonas mostra que 72% dos adolescentes que passam pelo sistema não voltam a ser reincidentes infracionais. O diretor do Centro Socioeducativo Dagmar Feitoza e idealizador do projeto “Teens ao Máximo”, Antônio Juraci, 44, explica que o intuito é promover a transformação social de forma didática.

 

“A ideia do Teens ao Máximo é oferecer um olhar diferenciado e reverter o conceito de cuidar dos internos de forma punitiva e sem dar perspectivas de vida”, explica. “Há três anos desenhamos o projeto com a intenção de fazer com que as atividades fossem de cunho pedagógico e que fossem realmente eficazes”.

 

Uma das medidas adotadas no espaço é a divisão do período em que os adolescentes cumprem as medidas por níveis e cores de alojamento, onde são utilizadas diferentes técnicas de ensino. O alojamento verde, local onde o adolescente fica quando chega ao Centro, tem o objetivo de criar sentimentos de acolhimento e respeito, que faça o interno enxergar sua condição. Neste espaço é realizado o acompanhamento inicial com os profissionais do sistema; no alojamento amarelo, o objetivo é fazer a implementação do Plano Individual de Atendimento e inserção nos projetos profissionalizantes. Neste nível, o adolescente descobre seus talentos e fraquezas; No alojamento azul, os internos são motivados a construir um plano de vida a curto e médio prazo, além disso, são também inseridos em projetos profissionalizantes.

 

Prêmio Innovare – O Prêmio Innovare tem como objetivo identificar, divulgar e difundir práticas que contribuam para o aprimoramento da Justiça no Brasil. Em sua 16° edição, o Prêmio Inovare conta com 617 projetos inscritos em categorias como Justiça e Cidadania (170 trabalhos), Ministério Público (165), Juiz (100), Defensoria Pública (78), Advocacia (57) e Tribunal (47).

 

A disputa é dividida em oito etapas e agora conta com a visita de consultores nas unidades dos projetos inscritos. O resultado final será divulgado em dezembro deste ano.