Ação social atende mais de 80 venezuelanas no mês das mulheres

#PorElas contou com serviços de beleza, doações de roupas e orientações para ingressar no mercado de trabalho
Serviços de beleza, como limpeza de pele, foram oferecidos para as venezuelanas. Foto: Manuella Barros/Sejusc

Manuella Barros

Serviços de beleza, incentivo para ingressar no mercado de trabalho, atividades recreativas e solidariedade marcaram a ação social #PorElas, que aconteceu neste sábado (23/03), na Escola Maria Rodrigues Tapajós, e reuniu mais de 80 mulheres venezuelanas – indígenas e não-indígenas. O projeto é uma parceria do Sidia, Instituto de Ciência e Tecnologia, com o Governo do Amazonas por meio da Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc) e Secretaria de Estado de Educação (Seduc), Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), Instituto Mana, Centro Universitário do Norte (Uninorte), Global Green, Hermanito e o Serviço Jesuíta a Migrante e Refugiados (SJMR).

A titular da Sejusc, Caroline Braz, explica que a proposta é potencializar a autoestima da mulher venezuelana e contribuir para que as refugiadas encontrem mais oportunidades no mercado de trabalho.

“Reunimos parcerias para preparar as mulheres para entrevistas de emprego, com cursos profissionalizantes e cadastro de currículos, para que elas consigam ingressar no mercado formal”, destaca a secretária.

Vânia Capela, diretora administrativa do Sidia, adianta que as ações para minimizar as necessidades dos refugiados no País terão continuidade.“Essa é a nossa primeira ação e já estamos alinhando como podemos colaborar mais e acolher os refugiados”, afirma a diretora.

 

Doações

 

Para a venezuelana Deccy Almeida, de 39 anos, que está há um ano em Manaus, com o marido e dois filhos, este tipo de ação é importante uma vez que a família, no momento, não tem condições financeiras de comprar roupas e sapatos.

“Não temos trabalho fixo e, com o dinheiro das diárias que conseguimos fazer, só dá para comprar comida”, comenta. “Tenho poucos clientes por conta do idioma que não ajuda na comunicação, mas aqui estamos melhor que na Venezuela porque contamos com o apoio dos brasileiros”.

Os interessados em doar alimentos e roupas para os refugiados podem procurar o Posto Avançado de Atendimento Humanizado ao Migrante, na rodoviária de Manaus, das 8h às 17h.

 

Incentivo

 

A ONG Hermanito e o Serviço Jesuíta a Migrante e Refugiados (SJMR) estiveram no evento para fazer cadastro de currículos.

Foram realizados cadastros de currículos durante o #PorElas. Foto: Manuella Barros/Sejusc

 

Criada em janeiro deste ano, a ONG Hermanito concentra no site hermanito.org desde cursos profissionalizantes até possibilidades para os venezuelanos ingressarem no mercado de trabalho.

“Já conseguimos inserir 15 pessoas no mercado de trabalho e tem, inclusive, empresas de São Paulo com solicitação de profissionais”, comenta Patrícia Pilatti, tesoureira da ONG.

O Serviço Jesuíta a Migrante e Refugiados (SJMR), companhia internacional presente em 52 países e atuação de 15 anos no Brasil, também faz cadastro de currículo e conta com uma equipe que dialoga com as empresas locais para viabilizar a inserção de refugiados no mercado formal.

“Também atuamos em parceria com a UEA e Cetam na oferta de cursos profissionalizantes”, reforça a coordenadora Larissa Almeida. Ela informa que o serviço é oferecido no escritório da companhia, na Avenida Joaquim Nabuco, 1.023, Centro, na Arquidiocese de Manaus.