‘Não vivo mais aprisionada’, relata vítima de violência doméstica que recebeu apoio da Sejusc

 Somente no primeiro semestre deste ano, o Centro de Referência e Apoio à Mulher, do Governo do Amazonas, já mudou a vida de mais de 3,5 mil mulheres

 Liberdade e autonomia. É desta forma que a empreendedora que passou por situações de violência doméstica retrata a nova fase vivida, com apoio do Centro Estadual de Referência e Apoio à Mulher (Cream), da Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc). Somente no primeiro semestre deste ano, o Centro de Referência já mudou a vida de mais de 3,5 mil mulheres vítimas de violência doméstica.

 Alicia de Matos, de 27 anos, é mãe de quatro filhos e, atualmente, faz curso profissionalizante de tranças e penteados no Cream. Alicia contou que, desde 2019, quando decidiu denunciar a violência doméstica sofrida pelo ex-marido, o Cream mudou a sua vida por meio dos cursos, entre os quais de maquiagem e design de sobrancelha.

 “Foi através desse apoio e colo que fez com que eu me encontrasse e criasse asas para voar. Eu decidi o que eu queria para minha vida. O Cream vem abrindo as portas para mim através dos cursos. Ter a gratuidade é muito importante porque, às vezes, a gente não tem condições de pagar nessa área”, disse.

 Hoje, Alicia é dona do próprio negócio. Após receber suporte especializado e se qualificar nos cursos viabilizados pelo Cream, em parceria com o Centro de Educação Tecnológica do Amazonas (Cetam), tornou-se empreendedora da área da beleza e transformou sua vida financeiramente e emocionalmente.

 “Apesar de tudo o que eu passei, hoje, eu criei autonomia, independência financeira, minha mente é liberta, meu coração é liberto. Consegui virar uma árvore com frutos e não vivo mais aprisionada. Hoje, consigo falar sobre tudo que eu passei sem lágrimas nos olhos, superei a dor.  Tenho um relacionamento saudável, tenho filhos e posso dizer que sou muito mais feliz”, disse emocionada.

 Cream

 O Centro Estadual de Referência e Apoio à Mulher (Cream) integra a rede de serviços destinada à prevenção e enfrentamento à violência contra a mulher. E tem por objetivo o atendimento psicológico, social, orientação e encaminhamento jurídico à mulher em situação de violência, contribuindo para seu fortalecimento e resgate da sua cidadania.

 A secretária titular da Sejusc, Jussara Pedrosa, ressaltou que o órgão atua por meio dos cursos de qualificação para que as mulheres possam empreender. Além disso, Jussara explicou que o Governo do Amazonas tem uma rede de proteção envolvida, como o Cetam, a Secretaria do Trabalho e Empreendedorismo (Setemp), e as parcerias privadas que auxiliam essas mulheres.

“Boa parte dessas mulheres já tem uma função, já sabem, já participaram do mercado de trabalho. Em parceria com a Setemp, nós buscamos reintroduzi-las ao mercado para que elas possam ser independentes de seus companheiros. Porque hoje, comprovadamente, a maioria das mulheres que sofrem agressão dependem financeiramente de seus companheiros”, explicou Jussara.

 O acesso aos serviços do Cream pode ser feito de duas maneiras distintas: por encaminhamento dos órgãos da rede de proteção da mulher, como as Delegacias Especializadas em Crimes Contra a Mulher (DCCM), ou por demanda espontânea, quando a mulher vai diretamente buscar o apoio das equipes do centro.

O Centro funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, no prédio ao lado da Escola Estadual Diana Pinheiro, localizado na avenida Presidente Kennedy, 399, bairro Educandos, zona sul de Manaus.

FOTOS: Arthur Castro/ Secom

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